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segunda-feira, 25 de maio de 2015

Parto Normal ou Cesárea: Quais os benefícios para o bebê?

Novas medidas da ANS em relação ao parto normal devem entrar em vigor a partir de junho de 2015. Por decreto da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), o parto normal deve ser mais estimulado no Brasil, reduzindo assim o número de cesáreas, por meio das operadoras de saúde, que terão 180 dias para iniciar o seguimento rigoroso das novas regras. E, com tantas especulações envolvidas, classifico alguns dos reais benefícios do parto normal, como por exemplo, a produção da proteína UCP2 (Proteína desacopladora mitocondrial 2) no cérebro de recém-nascido, que, como demonstram diversos trabalhos científicos, melhora o desenvolvimento e a função neural na idade adulta.
O parto normal (hospitalar) e o humanizado, este com orientação para que seja feito em casa, requerem supervisão médica e infraestrutura. São partos distintos e necessitam de cuidados específicos. No parto humanizado, o ideal é contar com equipamentos adequados, como uma semi UTI, por exemplo, situação praticamente impossível no domicílio.
Segundo dados estatísticos, hoje o Brasil é o país que possui o mais alto índice de cesarianas do planeta, sendo 88% pela rede privada e 46% na rede pública. O recomendando pela OMS (Organização Mundial de Saúde) é de apenas 15%. Em minha opinião, se estabeleceu no Brasil uma cultura de que o parto cesáreo é mais fácil, melhor para a mãe e para o bebê, além de ser feito com anestesia – o que anima muitas mulheres.
O parto cesáreo deve ser indicado em algumas ocasiões excepcionais, quando há problemas maternos, como quadril estreito, hipertensão e doença materna grave (cardiopatia, doença renal crônica, etc.) e também para o feto, conforme a posição pélvica, circular de cordão, sofrimento fetal, entre outros motivos. Ou seja, ele é preciso somente quando há risco efetivo para um ou para ambos. A cesárea tem duração média de 20 a 40 minutos.
O parto normal ocorre habitualmente quando o feto está plenamente maduro, no que se refere à formação completa dos pulmões, fígado, intestinos, sistema nervoso, sistema imunológico, pele e todo o organismo. É essa maturidade que irá permitir ao bebê enfrentar as dificuldades que encontrará no ambiente externo. O tempo médio de um parto normal é de 6 a 12 horas – sendo que atualmente, pelo uso de medicamentos que diminuem o tempo de dilatação do colo do útero consegue-se uma redução do tempo do trabalho de parto, sem risco e prejuízo para a criança. Os riscos de infecção hospitalar são menores quando ocorre o parto normal – na cesárea, que é uma cirurgia, há a exposição das partes internas da mulher, o que facilita infecções.
A recuperação do parto normal é, sem dúvida, melhor para a mãe, que poderá voltar a se locomover horas depois e retomar a rotina rapidamente, onde o bebê não precisa de recuperação, mas sim de adaptação ao novo ambiente. E o contato entre mãe e filho é maior, pois se estabelece neste momento o vínculo maternal.
Os recém-nascidos neste tipo de parto têm melhor desenvolvimento motor, respiratório e cerebral, inclusive em relação à memória, dada a ação da proteína UCP2, fundamental para o desenvolvimento do cérebro, pois age melhor nos neurônios de bebês nascidos de parto normal do que nos de cesárea.
Quanto ao parto “humanizado”, algumas precauções são essenciais para garantir a saúde da mãe e do bebê, como a presença de médicos, de outros profissionais da saúde e até mesmo de logística de transporte para hospital, em casos de necessidade.
Com as novas medidas da ANS, é preciso que sejam criadas algumas condições, tais como campanhas de esclarecimento para as mães, melhores honorários médicos para parto normal, informação dos benefícios para a saúde da mãe e do bebê e instalações peri-hospitalares, propiciando um ambiente favorável para a realização do parto normal.
Com mais de 30 anos de experiência, acredito que a proposta seja louvável, colocando o trabalho dos movimentos de mães que desejam realizar o parto normal a serviço do que há de melhor para a saúde delas e de seus filhos. Além disso, deverá estimular o poder de escolha, sem interferências de profissionais ou planos de saúde.
Postado por   Blog do Flávio Galdino ás 01h48

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