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sábado, 16 de abril de 2016

Dilma desiste de pronunciamento na TV no qual iria criticar o impeachment

A assessoria do Palácio do Planalto informou que a presidente Dilma Rousseff desistiu de fazer um pronunciamento em cadeia de rádio e TV na noite desta sexta-feira (15) para se manifestar contra o processo de impeachment que enfrenta na Câmara dos Deputado
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência informou que o vídeo gravado pela presidenta sobre o processo de impeachment será divulgado nas redes sociais.
Ainda de acordo com a assessoria, a decisão de veicular a gravação por meio de cadeia nacional de rádio e TV havia sido tomada pelo Secretaria de Comunicação Social. No entanto, destacou a secretaria, após avaliar qual seria, no momento, a estratégia mais adequada para divulgar o vídeo, o governo decidiu que o pronunciamento da presidente "alcançaria seus objetivos se amplamente veiculado pela internet". Atualmente, Dilma tem perfis no Facebook, no Twitter, no Instagram e no Vine.
Apesar da versão oficial, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) – que se reuniu nesta sexta com Dilma no Palácio do Planalto –, explicou, ao deixar a audiência com a presidente, que o governo decidiu cancelar o pronunciamento em razão de uma recomendação do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo.
Diante dos rumores de que a presidente iria fazer um pronunciamento em rede nacional para contestar o processo de impeachment, o PSDB e o Solidariedade protocolaram ações civis na Justiça Federal de Brasília para tentar impedir a fala da petista na TV e no rádio.
No final da tarde, a juíza Ivani Silva da Luz indeferiu o pedido do Solidariedade, sob o argumento de que partido político não pode protocolar ações civis públicas, como a usada pelo Solidariedade. Porém, a juíza Solange Salgado, da 1ª Vara Federal, acatou o pedido do PSDB e concedeu uma liminar que proíbe a presidente da República de convocar cadeia nacional de rádio e TV para solicitar apoio contra o impeachment.
"Houve uma avaliação do ministro José Eduardo Cardozo de que, no momento de fase final e de entendimento com o parlamento, é mais importante prioritário dispender energia nisto [conseguir votos no Congresso], e não numa suposta nova polêmica. Claro que, do ponto de vista constitucional, não haveria problema [no pronunciamento], mas, para evitar polêmica, [cancelar] foi uma medida mais ajustada", afirmou Dino.
A presidente Dilma Rousseff anda de bicicleta acompanhada por seguranças na região do Palácio da Alvorada, em Brasília (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)A presidente Dilma Rousseff anda de bicicleta acompanhada por seguranças na região do Palácio da Alvorada, em Brasília (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)
O dia de Dilma
Na manhã desta sexta, a Câmara deu início à sessão para partidos e líderes partidários se pronunciarem sobre o processo de afastamento da presidente. A votação para decidir se a Casa abrirá ou não o processo de afastamento ocorrerá a partir das 14h de domingo (17).
Apesar do risco de ser deflagrado o processo de impeachment nos próximos dias, Dilma tentou manter a normalidade de sua rotina nesta sexta-feira. Logo cedo, a presidente fez seu habitual passeio de bicicleta nos arredores no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.
Ao longo do dia no Palácio do Planalto, a petista recebeu, além de Flávio Dino, os governadores do Ceará, Camilo Santana (PT), e da Bahia, Rui Costa (PT), e parlamentares dos dois estados.
À tarde, a presidente teve uma reunião com o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro. A agenda oficial da presidente não prevê compromissos oficiais para a noite desta sexta-feira.
Na estratégia de mostrar que, mesmo diante de um cenário de turbulência política ainda tem apoio de setores da sociedade, Dilma deverá participar neste sábado (16) do ato "Movimentos Populares pela Democracia e Contra o Golpe", em Brasília.

Para o domingo, há a expectativa, entre assessores do Planalto, de que a presidente faça uma manifestação pública após o resultado da votação do impeachment na Câmara.
Reunião com líderes
No fim da tarde desta sexta, Dilma Rousseff se reuniu com líderes de partidos da base aliada no Palácio do Planalto. Após o encontro, o vice-líder do governo na Câmara Silvio Costa (PTdoB-PE) disse que o governo já tem os votos necessários para barrar o impeachment e, no encontro, foi apresentada à petista uma lista com a tendência de como cada parlamentar deve votar.
Na avaliação de Silvio Costa, a presidente ficou "hiper feliz" e, segundo ele, agradeceu aos aliados pelo que eles têm feito "em defesa da democracia". Como fez em outras ocasiões, o vice-líder votou a atacar o vice-presidente da República, Michel Temer, e afirmou que, se o peemedebista for um "homem de bem", renunciará ao cargo na próxima segunda (19).
Nesta semana, vazou um áudio de Temer no qual o vice fala como se a Câmara já tivesse aprovado o impeachment da presidente Dilma. Na gravação, o vice afirma que é preciso um governo de "salvação nacional" e "presta homenagem" à Câmara por ter discutido "amplamente" o afastamento da petista.
"Temer e Cunha [presidente da Câmara] são iguais, são semelhantes. A diferença é que um já foi pego e o outro, ainda não. Esta é a grande diferença entre eles. Michel Temer está rasgando sua história, está entrando para a história como um homem que tentou dar um golpe", disse o deputado do PT do B nesta sexta.
Do G1 - PI

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