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terça-feira, 4 de novembro de 2014

Em meio a crise de falta d’água, cidades da Grande São Paulo têm enchentes

Enquanto enfrenta a pior crise de falta d´água da história, a região metropolitana de São Paulo registrou, na tarde desta segunda-feira, os primeiros casos de enchente depois de uma forte chuva na atual estação chuvosa. A circulação dos trens da da Linha 7- Rubi da CPTM foi interrompida pouco depois das 16h entre as estações Franco da Rocha e Baltazar Fidelis, devido a deslizamento de terra. Em Franco da Rocha, a oeste da capital paulista, foi possível ver carros boiando e água subindo na altura de janela de casas.

O Corpo de Bombeiros utilizou bote para retirar uma pessoa que ficou presa dentro de casa por causa da enchente em Caieiras. A Rodovia Anhanguera, que liga a capital ao norte do estado, chegou a ficar interditada próximo a Cajamar, no km 36, no fim da tarde por causa de inundação. O temporal também foi forte nos municípios de Pirapora do Bom Jesus e Francisco Morato.

O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da capital paulista colocou todos os bairros da Zona Norte em estado de atenção para alagamentos no meio da tarde. O alerta foi retirado às 17h35, quando a chuva diminuiu.

Também nesta tarde, foram registradas chuvas fortes na região do sistema Cantareira, o mais atingido pela seca. Segundo meteorologistas, a chuva se deslocou para Campinas e Itu, onde fica uma das represas.

Mais cedo, o governo de São Paulo havia dito que pretende aumentar o uso de outros cinco reservatórios de água da região metropolitana para diminuir a dependência do sistema Cantareira, o mais atingido pela crise de falta d’água no estado. Em 2004, a Agência Nacional das Águas (ANA) já havia recomendado que o governo usasse menos água da Cantareira. Até o início deste ano, porém, a sugestão não fora acolhida.

A chuva que caiu nos três primeiros dias de novembro não foi suficiente para elevar o nível das represas paulistas. Desde sábado choveu na região do Cantareira o equivalente a 15% do que é esperado para todo o mês. Mesmo assim, a quantidade de água armazenada caiu de 12,4%, na sexta-feira, para 11,9% — a porcentagem já leva em conta duas cotas de volume morto. No Alto Tietê, onde choveu 28% da média de novembro, o nível subiu de 6,6% para 8,8%. A meteorologia previa ao menos 100 mm de chuva até 10 de novembro.

Em visita a um hospital na Zona Norte de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que espera que a Sabesp, companhia de abastecimento do estado, retire do sistema Cantareira, em junho, metade da água que era retirada no início do ano. A vazão do Cantareira caiu de 33 m³/s, em janeiro, para 19 m³/s em outubro, segundo Alckmin. O governador disse que uma nova obra deve reduzir a dependência em pelo menos mais 1m³/s.

— Vamos entregar mais 1 m³/s do sistema Guarapiranga. Nós retirávamos do Cantareira 33 m³/s. Hoje nós retiramos 19 e, com esse 1 metro do Guarapiranga, vamos reduzir para 18. Nós estamos gradualmente menos dependente do Cantareira. Então, quando nós entrarmos no próximo inverno, estaremos retirando menos da metade do Cantareira.

Segundo a Sabeps, menos água está sendo retirada do Cantareira porque pequenas obras mudaram a origem da água que chega até o consumidor. O número de moradores da Grande São Paulo que recebiam água do Cantareira caiu de 8,9 milhões, em janeiro, para cerca de 6 milhões, em outubro.

Fonte: O Globo

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