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sexta-feira, 7 de outubro de 2016

STF fatia principal inquérito da Lava Jato, e Lula passa a ser investigado

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, determinou hoje a divisão em quatro inquéritos da maior e principal investigação da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), que apura se existiu uma organização criminosa, com a participação de políticos e empresários, para fraudar a Petrobras.
Com a decisão, tomada após pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passa a ser alvo de um desses inquéritos, o que vai apurar a atuação do PT no esquema investigado. Outros políticos que também serão investigado são o deputado cassado e ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
O chamado "inquérito-mãe" da Lava Jato tinha oficialmente 39 investigados – a maioria do PP.
Agora, serão 66 investigados: o inquérito sobre o PP terá 30 investigados; o do PT, 12 investigados, entre eles o ex-presidente Lula; o do PMDB no Senado, nove; e o do PMDB na Câmara, 15.
 
Isso porque, apesar de ser um esquema amplo na Petrobras, as investigações apontam para existência de subesquemas na estatal, na qual cada partido dominava uma diretoria e atuava em desvios nos contratos de cada uma delas.
As investigações apontam que o PP atuava para desviar valores da Diretoria de Abastecimento. A partir daí, havia pagamento de propina a políticos do partido. Já o PT atuava nos contratos da Diretoria de Serviços, enquanto o PMDB tinha como foco desviar recursos da Diretoria Internacional, segundo as investigações.
Pedido de fatiamento
Ao pedir o fatiamento da maior e principal investigação da Operação Lava Jato, Janot afirmou que os partidos PP, PT e PMDB se organizaram internamente para cometer crimes contra a administração pública, Por isso, justificou o procurador, a apuração deve ser dividida para "melhor otimização do esforço investigativo".
Para Janot, o pedido de divisão não muda o fato de que existiu "uma teia criminosa única" na estatal.
"Os elementos de informação que compõem o presente inquérito modularam um desenho de um grupo criminoso organizado único, amplo e complexo, com uma miríade de atores que se interligam em uma estrutura com vínculos horizontais, em modelo cooperativista, em que os integrantes agem em comunhão de esforços e objetivos, e outra em uma estrutura mais verticalizada e hierarquizada, com centros estratégicos, de comando, controle e de tomadas de decisões mais relevantes", disse o procurador no pedido.
"Como destacado, alguns membros de determinadas agremiações organizaram-se internamente, valendo-se de seus partidos e em uma estrutura hierarquizada, para cometimento de crimes contra a administração pública", afirmou.
Janot considerou que o fatiamento vai racionalizar os trabalhos. "Com isso, poderá ser atribuída ordenação e organização das ações, melhor controle e percepção da realidade criminosa, melhor avaliação das hipóteses e racionalização dos meios a serem empregados durante os trabalhos."
Lula
Com a decisão de Teori, Lula passa a ser investigado em dois inquéritos no STF, já que ele já era investigado por tentativa de obstrução à Justiça.
Além disso, o ex-presidente é réu na Justiça do Distrito Federal por tentativa de atrapalhar a delação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e réu na Justiça do Paraná por suspeita de corrupção em razão da relação que mantinha com a construtora OAS.
Veja quem será investigado em cada um dos quatro novos inquéritos da Lava Jato:
Núcleo do PT (12 investigados)
- Antonio Palocci, ex-ministro
- Delcídio do Amaral (sem partido-MS), senador cassado
- Edinho Silva, ex-ministro e prefeito eleito de Araraquara (SP)
- Erenice Guerra, ex-ministra
- Giles Azevedo, ex-chefe de gabinete de Dilma
- Jaques Wagner, ex-governador da Bahia
- João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT
- José Carlos Bumlai, pecuarista
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República
- Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula
- Ricardo Berzoini (PT-SP), ex-ministro e ex-deputado
- Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras
Núcleo do PMDB da Câmara (15 investigados)
- Alexandre Santos (PMDB-RJ), ex-deputado federal
- Altineu Cortês (PMDB-RJ), deputado federal
- André Esteves, sócio do banco BTG Pactual
- André Moura (PSC-SE), líder do governo na Câmara
- Aníbal Gomes (PMDB-CE), deputado federal
- Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), deputado federal
- Carlos Willian (PTC-MG), ex-deputado federal
- Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deputado cassado e ex-presidente da Câmara
- Fernando Soares, conhecido como "Fernando Baiano", lobista
- Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN)
- Lúcio Bolonha Funaro, doleiro
- João Magalhães (PMDB-MG), deputado estadual
- Manoel Júnior (PMDB-PB), deputado federal
- Nelson Bounier (PMDB-RJ), ex-deputado federal e prefeito de Nova Iguaçu (RJ)
- Solange Almeida, ex-deputada e prefeita de Rio Bonito (RJ)
Núcleo do PMDB do Senado (9 investigados)
- Edison Lobão (PMDB-MA), senador e ex-ministro
- Jader Barbalho (PMDB-PA), senador
- Jorge Luz, lobista
- Milton Lyra, lobista
- Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado
- Romero Jucá (PMDB-RR), senador
- Sérgio Machado, ex-senador e ex-presidente da Transpetro
- Silas Rondeau, ex-ministro
- Valdir Raupp (PMDB-RO), senador
Núcleo do PP (30 investigados)
- Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), deputado federal e ex-ministro
- Aline Correa (PP-SP), ex-deputada federal
- Arthur Lira (PP-AL), deputado federal
- Benedito Lira (PP-AL), senador
- Carlos Magnos Ramos (PP-RO), ex-deputado federal
- Ciro Nogueira (PP-PI), senador
- Dilceu Sperafico (PP-PR), deputado federal
- Eduardo da Fonte (PP-PE), deputado federal
- Gladson Cameli (PP-AC), senador
- Jerônimo Goergen (PP-RS), deputado federal
- João Pizzolatti (PP-SC), ex-deputado federal
- João Leão (PP-BA), vice-governador da Bahia
- José Linhares (PP-CE), ex-deputado federal
- José Otávio Germano (PP-RS), deputado federal
- Lázaro Botelho (PP-TO), deputado federal
- Luis Carlos Heinze (PP-RS), deputado federal
- Luiz Fernando Faria (PP-MG), deputado federal
- Nelson Meurer (PP-PR), deputado federal
- Renato Molling (PP-RS), deputado federal
- Roberto Balestra (PP-GO), deputado federal
- Roberto Britto (PP-BA), deputado federal
- Simão Sessim (PP-RJ), deputado federal
- Vilson Covatti (PP-RS), ex-deputado federal
- Waldir Maranhão (PP-MA), deputado federal
- Luiz Argolo (SD-BA), ex-deputado federal (era filiado ao PP)
- Pedro Correa (PP-PE), ex-deputado federal
- Mário Negromonte (PP-BA), ex-deputado federal e conselheiro do TCE-BA
- Missionário José Olímpio (DEM-SP), deputado federal (era filiado ao PP)
G1 Brasilia 

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