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quarta-feira, 28 de março de 2018

Dois ônibus da caravana de Lula são atingidos por tiros no Paraná


LARANJEIRAS DO SUL (PR)  - Dois dos três ônibus da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela região Sul foram alvejados com tiros nesta terça-feira, 27, na estrada entre Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul, no interior do Paraná. Os disparos foram relatados por integrantes da caravana do petista. Ninguém ficou ferido.

Um dos veículos apresentava marcas de três tiros. Um disparo perfurou a lataria e outros dois atingiram os vidros. O ônibus carregava jornalistas de blogs e sites independentes, que fazem a comunicação da caravana, e repórteres estrangeiros. Ao menos um argentino e um alemão estavam a bordo. 

Dois pneus do veículo que conduzia os jornalistas foram atingidos por “miguelitos” – objetos pontiagudos usados para furar pneus e bloquear vias. O outro ônibus, que foi atingido por um tiro, levava convidados da caravana do petista. O ônibus em que estava o ex-presidente Lula não foi atingido. 

A Polícia Civil do Paraná informou na noite desta terça-feira que uma equipe da Delegacia de Laranjeiras do Sul permanecia no local do incidente, “verificando a situação” com a comitiva do ex-presidente. “Será feita uma perícia no ônibus e se constatado um disparo de arma de fogo será aberto um inquérito policial para apurar os fatos”, informou a polícia.

Conforme a nota da corporação, a Polícia Militar do Paraná reforçou o policiamento nos locais de manifestação determinados previamente pela caravana do ex-presidente e “não houve, por parte do ex-presidente, o pedido de escolta”.

Pneus foram atingidos por objetos pontiagudos usados para bloquear vias
Pneus foram atingidos por objetos pontiagudos usados para bloquear vias Foto: Daniel Teixeira/Estadão
BARULHO NA LATARIA ​
Segundo relato da jornalista Eleonora de Lucena, do site Tutaméia, cerca de cinco minutos depois de sair da cidade de Quedas do Iguaçu rumo a Laranjeiras do Sul, os ocupantes do ônibus ouviram um barulho na lataria, mas pensaram que se tratava de uma pedra. 

Conforme relatos, alguns quilômetros adiante, quando a caravana já estava próximo ao trevo para Laranjeiras do Sul, o motorista de um dos ônibus percebeu uma redução na velocidade e achou que poderia ser um pneu furado. E foi então que eles desceram dos ônibus e viram as marcas de tiro e encontraram os “miguelitos”.

O ex-presidente publicou nas redes sociais duas fotos com os ônibus alvejados. Mais tarde, durante ato em um assentamento na cidade, ele discursou e tratou do episódio: “Atirem pedra, deem tiros no ônibus como fizeram hoje, mas não se pensam que vão acabar com minha disposição de lutar estão enganados.”

A presidente nacional do PT, a senadora Gleisi Hoffmann, classificou o episódio como uma emboscada. Ela cobrou um posicionamento das autoridades federais e do estado do Paraná a respeito do episódio. "Vamos deixar a política se transformar nisso? Vai virar bang-bang partidário?", disse a senadora. Isso não é manifestação pacífica e democrática. Isso não é disputa política. É atentado, é ódio", completou.
O deputado federal Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara, disse ter telefonado para o ministro da defesa Raul Jungmann para cobrar providências. Segundo ele, Jungmann foi alertado desde o inicio da caravana, dos primeiros episódios de violência, sobre os riscos, assim como as autoridades dos três estados por onde a caravana passou.  

INACEITÁVEL, DIZ RAUL JUNGMANN
Jungmann, classificou como “inaceitável” o episódio no Paraná. “É absolutamente inaceitável que aconteça, parta de quem partir. Isso não é convivência democrática. Isso não pode acontecer e, se acontecer, é preciso identificar os responsáveis porque não pode se repetir dentro do regime democrático”, disse. Jungmann também condenou confrontos entre militantes petistas e antipetistas. “Não podemos admitir confrontos, isso é absolutamente democrático, e é preciso ter respeito.” 

Jungmann afirmou que a Polícia Federal não irá investigar o caso dos tiros porque o crime não foi federal e cabe às autoridades estaduais atuar. 
PETISTAS ACUSAM AUTORIDADES DE OMISSÃO
Homens armados foram flagrados em outras manifestações durante a passagem da caravana pela região Sul. Estradas chegaram a ser bloqueadas para evitar a passagem da comitiva do petista. No domingo, veículos da caravana foram alvo de pedras e ovos.
Na segunda-feira, 26, um integrante da equipe de segurança da caravana agrediu um repórter do jornal O Globo na cidade de Francisco Beltrão (PR). 
Os petistas acusaram as autoridades da área de segurança, tanto federais como estaduais, de omissão em relação aos atos de violência contra a caravana registrados ao longo destes oito dias. Em nota, disse que pediu ao governo do Paraná que providenciasse segurança à caravana.
Nesta quarta-feira, haverá ato programado em Curitiba, que marcará o encerramento da caravana. O deputado federal e presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) também passará pela capital paranaense. Estadão 

Do Estadão / Blog do Flávio Galdino Araripina

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