Por Marcelo Montanini
Da Folha de Pernambuco
Da Folha de Pernambuco
Mais de um ano depois da eleição municipal de 2012, a sensação em Água Preta, na Mata Sul pernambucana, é que aquele ano ainda não acabou. A eleição suplementar no município, que ocorre hoje, deixou o clima mais acirrado e o sentimento de indignação em metade da população água-pretense. Não é difícil perceber que a cidade está dividida entre os candidatos Armando Souto (PDT) e Eduardo Coutinho (PSB), que disputava a reeleição. Bandeiras vermelhas (de Coutinho) e laranja com amarelo (de Souto) delimitam o território e dão o tom da disputa.
Se, por um lado, faltam promessas realistas, por outro, sobram acusações. Entrega de cesta básica, compra de apoio, intimidação e instigação ao ódio são denúncias frequentes e aleatórias. Os 22.604 eleitores do município se tornaram soldados: vivem em volta dos candidatos, fiscalizam e, quando possível, ajudam a denunciar o adversário. O clima agradável da cidade é contraponto ao da eleição. Para o pleito, policiais militares, civis e federais fazem a segurança da cidade. A população, no campo minado, se espanta. Muitos dizem que esta é a primeira vez que veem tanta segurança nas ruas da cidade e, principalmente, a Polícia Federal.
A tensão entre os militantes de Coutinho e Souto começou no último pleito. Souto concorreu sub judice e venceu. Mas, como sua candidatura foi considerada irregular, não assumiu o cargo. O pedetista credita o fato a um “erro judicial”. Coutinho, segundo colocado, foi diplomado em seu lugar em dezembro. Souto, por sua vez, recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pedindo uma nova eleição, que, por ele ter alcançado mais de 50% dos votos, acatou. O socialista recorreu e se manteve à frente da Prefeitura.
Em agosto deste ano, após cassações e liminares, o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) remarcou a eleição e decidiu que o comando interino da Prefeitura ficaria sob responsabilidade do presidente da Câmara Municipal, Elias de Alegrete (PTN). A reportagem tentou contato diversas vezes, sem êxito. Coutinho aposta que “o povo vai votar em quem tem o melhor passado”. Souto acredita que “a população água-pretense não aceita mais ser enganada”, como julga ter ocorrido na gestão anterior e na eleição passada. Hoje, um novo capítulo da história água-pretense será escrito e, quiçá, 2012 termina antes de 2013 começar.
Blog do Flávio Galdino
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