Israel e o grupo terrorista Hamas chegaram, nesta quarta-feira (15), a um acordo de cessar-fogo que promete aliviar temporariamente a crise humanitária na Faixa de Gaza, onde mais de 46 mil pessoas já perderam a vida.
O pacto, que também prevê a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos, baseia-se em um plano de três fases originalmente proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no ano passado. Apesar das expectativas, especialistas ouvidos pelo The New York Times alertam que o cessar-fogo não significa o fim definitivo do conflito.
Obstáculos ao fim do conflito
Embora o cessar-fogo traga esperanças, ele é visto como um alívio temporário. Israel não se comprometeu oficialmente a estender a trégua além das seis semanas iniciais e, do outro lado, o grupo terrorista Hamas pode usar o período para se rearmar. Essa desconfiança mútua é um dos principais fatores que impedem a consolidação de uma paz duradoura.
Além disso, o governo israelense, liderado por Benjamin Netanyahu, mantém uma postura rígida, afirmando que o objetivo é enfraquecer militarmente os terroristas para prevenir futuros ataques. Sem garantias formais de ambas as partes, o risco de novos confrontos após o fim das trocas de reféns e prisioneiros permanece alto.
Três fases do plano
Na primeira fase, com duração de 42 dias, os terroristas devem libertar 33 reféns, incluindo crianças, mulheres e soldados. Em contrapartida, Israel deve soltar centenas de palestinos, incluindo presos condenados por terrorismo. Durante este período, as forças israelenses devem se afastar de áreas densamente povoadas, permitindo maior fluxo de ajuda humanitária. A previsão é que cerca de 600 caminhões com suprimentos entrem diariamente na Faixa de Gaza, proporcionando algum alívio à população.
A segunda fase, ainda em negociação, busca uma “cessação permanente das hostilidades” e a retirada completa das forças israelenses da região. Contudo, o processo enfrenta obstáculos significativos, já que Israel mantém seu objetivo de desmantelar as capacidades militares do Hamas, enquanto o grupo teme novos ataques após a troca de reféns.
Na terceira e última fase, o Hamas deve devolver os corpos de reféns mortos e dar início a um processo de reconstrução da Faixa de Gaza. A proposta inclui a reabertura das fronteiras e um plano internacional de recuperação a ser implementado em até cinco anos.
R7.com.br
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