Carlo Ancelotti sequer fez a primeira convocação pela seleção brasileira, e já terá de lidar com um tabu histórico: uma seleção nunca foi campeã mundial enquanto era dirigida por um estrangeiro. As 22 equipes que venceram a Copa do Mundo na história tiveram treinadores do próprio país no comando. Inclusive, o Brasil, que estará pela quarta vez sob comando fixo de um gringo.
Caso Ancelotti esteja no comando da seleção até o final da Copa do Mundo, ele já terá atingido uma marca histórica. O italiano será o técnico estrangeiro a ficar mais tempo à frente do Brasil, pouco mais de um ano. O uruguaio Ramón Platero foi o primeiro técnico estrangeiro a liderar a seleção, em 1925, durante o Sul-Americano.
O segundo foi o português Jorge Gomes de Lima, conhecido como Joreca, que teve 100% de aproveitamento sob comando da seleção, pois só comandou o Brasil em dois amistosos e ainda dividiu a direção da equipe com Flávio Costa, treinador do Flamengo na época. Já o terceiro, o argentino naturalizado brasileiro Filpo Núñez, esteve à frente do Brasil por um jogo em 1965.
Entre as oito seleções que já ergueram a taça da Copa do Mundo, três nunca tiveram um estrangeiro sob o comando: Alemanha, Argentina e Espanha. No Mundial de 1934, a França foi dirigida pelo inglês George Kimpton e foi eliminada nas oitavas de final da competição. Após 30 anos, a seleção, que não se classificou para a Copa de 74, foi comandada pelo romeno Ștefan Kovács entre 1973 e 1975.
Já a Inglaterra teve gringos como treinadores em três Copas do Mundo consecutivas. Em 2002, quando foi eliminada nas quartas para o Brasil, o sueco Sven Goran Eriksson estava no comando da equipe, e repetiu o trabalho em 2006, quando foi eliminado por outro técnico brasileiro, Luiz Felipe Scolari, que na ocasião estava à frente de Portugal, seleção vice-colocada na Eurocopa de 2004.
Enquanto em 2010, a seleção inglesa apostou no italiano Fabio Capello, conhecido por seus trabalhos no Milan, na Roma e na Juventus. A escolha de um estrangeiro no cargo se provou, mais uma vez, um fracasso, já que a Inglaterra foi eliminada nas oitavas da competição após uma goleada por 4 a 1 para a Alemanha.
Contradizendo os padrões anteriores, Ancelotti chega à seleção brasileira sem qualquer passagem anterior pelo país no currículo. O máximo que chegou perto da história do Brasil foi na final da Copa de 1994, quando era auxiliar-técnico de Arrigo Sacchi, na seleção da Itália, vice-campeã do torneio. O técnico viu do banco a conquista brasileira. Multicampeão na Itália, na Espanha e na Inglaterra, e com referências e estilos de jogo do futebol europeu, talvez ele seja o nome que o Brasil precise neste momento após os fracassos recentes de treinadores brasileiros.
R7.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário