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quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Preso por matar gari em BH já respondeu por homicídio e agressões a mulheres


 O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, suspeito de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, após se irritar com um caminhão de coleta de lixo no Bairro Vista Alegre, na Região Oeste de Belo Horizonte, deu entrada no fim da tarde de quarta-feira (13/08) no Presídio de Caeté, na região metropolitana da capital.

Durante a manhã, Renê da Silva, teve sua prisão preventiva determinada pelo juiz da Central de Audiência de Custódia. Em depoimento, o investigado afirmou que não disparou contra a vítima e não passou pelo local do crime. Na audiência, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou que o homem possui registro policial por violência doméstica no estado de São Paulo e envolvimento com crimes de homicídio culposo e lesão corporal no Rio de Janeiro.

O juiz Leonardo Vieira Rocha Damasceno argumentou que, apesar da versão dada por Renê, a “materialidade delitiva” e os “indícios de autoria” estão reunidos no registro da PMMG e pelos depoimentos das testemunhas. “O crime foi cometido em plena luz do dia, por motivo fútil, uma aparente irritação decorrente de uma breve interrupção no trânsito causada por um caminhão de coleta de lixo”, afirmou o magistrado na decisão.

Ainda segundo Damasceno, o suspeito agiu com frieza e desproporcionalidade, uma vez que minutos depois da “breve discussão” sacou a arma e a preparou para o disparo. Para ele, a ação demonstra que sua atitude não foi um ato de “impulso momentâneo” e sim uma decisão “consciente” e “voluntária”. “Ao sacar sua pistola e apontá-la diretamente para a motorista, uma trabalhadora no exercício de sua função, o autuado demonstrou um total descontrole emocional e uma perigosa predisposição para o uso da violência letal como primeira resposta a contrariedades do cotidiano”, ressaltou o juiz.

Violência doméstica

O MPMG também informou que, apesar da ausência de antecedentes criminais em Minas Gerais, Renê possui registros em São Paulo e no Rio de Janeiro. De acordo com a ata que o Estado de Minas teve acesso na audiência, o primeiro caso se trata de uma ação penal pela prática de crime de lesão corporal grave contra uma mulher.

De acordo com o  Chefe da divisão de homicídios do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da PCMG, Álvaro Huertas, no estado fluminense o empresário responderia por lesão corporal contra uma ex-companheira, além de ameaça contra a ex-sogra. Além disso, o registro de antecedentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro, aponta que o homem também teria envolvimento em uma ocorrência de homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

Ao ser questionado sobre o histórico pelos seus advogados, o investigado afirmou que nunca foi preso e não responde a nenhum processo criminal. “Eu respondo por uma luxação do quinto metatarso da minha ex esposa. Mas já tenho uma medida cautelar contra ela, dada pelo Ministério Público de São Paulo”, disse Renê. A reportagem do EM entrou em contato com o MPSP em busca de informações sobre esse processo, mas recebeu como resposta que o caso está em segredo de Justiça.

Prisão mantida pela Justiça mineira

A Justiça converteu a prisão em flagrante de Renê em prisão preventiva nesta quarta (13), atendendo a um pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A ação não tem prazo para expirar. O acusado será transferido para um presídio comum, após ter permanecido no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) da Gameleira enquanto aguardava audiência de custódia.

Ele é investigado por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e por recurso que impossibilitou a defesa da vítima, e por ameaça contra a motorista do caminhão de coleta de lixo que acompanhava Laudemir no momento do crime.

O crime

Testemunhas relataram que na manhã de segunda-feira (11), por volta das 9h, no bairro Vista Alegre, região Oeste de Belo Horizonte, o empresário conduzia um carro elétrico, quando exigiu que o caminhão fosse retirado da rua para que ele pudesse passar. Após uma discussão com a motorista do veículo de coleta, ele teria descido armado e efetuado disparos contra os garis, atingindo Laudemir.

A condutora do caminhão afirmou que antes do início da confusão, havia espaço para o carro passar. Ainda de acordo com seu relato, René teria se exaltado e feito ameaças diretas. "Se você esbarrar no meu carro, vou dar um tiro em você. Você duvida?", contou.

O sargento Thiago Ribeiro, que participou da ocorrência, afirmou que os garis tentaram intervir para acalmar o suspeito. "Ela entrou em choque, e os coletores começaram a falar pra ele não fazer isso. Foi quando um deles, o Laudemir, levou um tiro", relatou o policial.

Após o crime, Renê fugiu. Foi localizado pela Polícia Militar no mesmo dia, enquanto se exercitava em uma academia de alto padrão no bairro Estoril. Segundo testemunhas, deixou o local do crime com “semblante de bravo” e sem demonstrar arrependimento.

A investigação

De acordo com o delegado Evandro Radaelli, da Polícia Civil, a identificação do suspeito ocorreu a partir da placa do veículo e de testemunhas que o reconheceram pelo porte físico. Imagens de câmeras de segurança e laudos balísticos também integram o inquérito.

Renê não possuía porte de arma e relatou que o revólver usado no crime pertencia à sua esposa, a delegada Ana Paula Lamego Balbino. A Corregedoria da Polícia Civil investiga se houve falha na guarda da arma já recolhida para perícia, uma pistola calibre .380 já recolhida para perícia.

Segundo a Polícia Civil, a delegada, não sabia que o marido era suspeito de assassinato até o momento da prisão dele. O caso segue em investigação, para apurar todas as circunstâncias do crime e possíveis responsabilidades adicionais.

Do portal meio norte p/ Blog do Flávio Galdino - PE

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